Entidade se preocupa com Transporte Rodoviário de Cargas após aumento de 5,31% em tarifas no mês de julho; presidência do órgão pede diálogo em próximos reajustes
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP) acompanha os desdobramentos do reajuste de 5,31% nas tarifas de pedágio nas rodovias estaduais de São Paulo para entender os impactos no Transporte Rodoviário de Cargas. Diante desse cenário, a presidência do órgão diz que é preciso que os reajustes sejam conduzidos com diálogo.
Além disso, a FETCESP defende ampliação de políticas de desconto e a o avanço do sistema de pedágio eletrônico por fluxo livre, o free flow, para minimizar os impactos do aumento das tarifas.
IMPACTO DAS TARIFAS NO TRC
Autorizado pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) com base no IPCA acumulado, a entidade afirmou que os novos valores já exigiram adaptação por parte de transportadoras e motoristas.
De acordo com a FETCESP, investimentos em infraestrutura são essenciais para garantir a segurança, a fluidez do tráfego e a eficiência do transporte, que é responsável por movimentar mais de 70% das mercadorias do país, segundo dados da Confederação Nacional de Transportes.
“Entendemos que estradas bem conservadas demandam recursos, e que a arrecadação via pedágio cumpre esse papel”, explicou o presidente da FETCESP, Carlos Panzan. Para ele, no entanto, é fundamental que os reajustes sejam conduzidos com diálogo, previsibilidade e equilíbrio, considerando a capacidade de absorção por parte das empresas de transporte e os impactos sobre o custo do frete.
FREE FLOW E OUTRAS INICIATIVAS
A FETCESP também destacou o avanço do free flow. “Acreditamos que o free flow pode ser um importante aliado na redução de custos operacionais, ao evitar paradas, melhorar o consumo de combustível e reduzir o tempo de viagem. Ele também pode representar mais eficiência logística, especialmente para veículos de carga”, destacou o presidente.
Porém, Panzan disse que para isso, é preciso que sua implantação ocorra com máxima transparência e suporte técnico ao setor. A tecnologia, regulamentado pela Lei Federal nº 14.157/2021, permite que os veículos sejam tarifados automaticamente com base na leitura de placas. Além de São Paulo, o sistema já está presente em trechos de rodovias nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
De acordo com a entidade, o free flow ainda possui desafios que precisam ser superados como a integração com os sistemas internos das transportadoras, padronização na comunicação com os usuários e a clareza nas tarifas cobradas.
Além disso, para a FETCESP é fundamental garantir que o sistema seja um instrumento de justiça tarifária, evitando que deslocamentos curtos ou urbanos sejam onerados de forma desproporcional.
MELHORIAS NOS SITEMAS DE PEDÁGIO
Carlos Panzan destacou que a melhoria da infraestrutura e a modernização dos sistemas de pedágio devem caminhar junto com o compromisso de manter o transporte economicamente viável.
Para redução do impacto das tarifas dos pedágios, a entidade defende a ampliação de políticas de desconto, incentivos à pontualidade, programas de fidelidade e a adoção plena de tecnologias como o free flow.
“Acreditamos no diálogo entre o setor público, concessionárias e transportadores como caminho para encontrar soluções justas e sustentáveis para todos”, ressaltou.
Fonte: Mundo Logística